"Cuidado Além da Mama" inspira encontro entre pacientes
Realizado em São Paulo, temas fundamentais para o dia a dia de quem passa por tratamento oncológico foram debatidos
O Outubro Rosa é conhecido no mundo inteiro e as ações de prevenção ao câncer de mama, grande foco desse movimento, são essenciais para o Grupo NotreDame Intermédica, não apenas durante esse mês, mas sim no ano todo. E, em alusão a essa iniciativa que ganha mais adeptos a cada dia, a área de Serviço Social, da Unidade de Medicina Preventiva - QualiVida de São Paulo, promoveu, em 18 de outubro, o evento "Cuidado Além da Mama", destinado a pacientes oncológicos atendidos pela operadora.
Esse tema foi escolhido porque, além dos autocuidados de todas as mulheres com o autoexame das mamas e a mamografia, outros assuntos são igualmente importantes, seja maior atenção com a higiene dos dentes, alimentação e, mais além, o estado emocional. Deste modo, Débora Preto, assistente social da Unidade de Medicina Preventiva, idealizou o evento em parceria com membros da equipe multidisciplinar, como é o caso da psicóloga Gisele Mendes de Carvalho, que abriu o evento questionando: "Por que o medo pelo tratamento?".
Muitas respostas podem vir dessa - aparentemente - simples pergunta, tais como preocupações com a queda de cabelo, mudanças no corpo e, também, medo pela própria vida."É importante a mulher entender que dá para ser feminina durante o período do tratamento", afirma a psicóloga.
Qualquer tratamento nesse sentido gera desgastes, inclusive no momento de se alimentar. Por isso, Renata Borges, que atua como representante de Vendas de uma empresa do ramo alimentício, apresentou os produtos adequados para o público oncológico. Na ocasião, os pacientes do Grupo NotreDame Intermédica fizeram uma degustação.
Um problema invisível?
Durante o processo para combater um câncer, sem dúvida, a preocupação do paciente se volta para a área afetada pela doença. No entanto, a boca é uma região do corpo que carece de bastante - se não igual - atenção. É o que afirma Marisa Helena de Carvalho, dentista e fundadora do Instituto Sorrir para a Vida, criado em 2007 em parceria com a médica oncologista Vanessa de Carvalho Brito.
A trajetória da dentista com os pacientes oncológicos teve início após 2003 e 2006, quando enfrentou dois cânceres de mama. "Esses episódios foram fundamentais em minha vida, trouxeram uma verdadeira transformação, e para melhor", destaca. O Instituto atende jovens sob tratamentos quimioterápicos agressivos, com grande incidência de efeitos colaterais, em especial, a mucosite bucal - lesões semelhantes a aftas que dificultam a ingestão de alimentos, inclusive líquidos, aumentando, assim, o risco de infecções.
"É recomendável que todo médico encaminhe o paciente prestes a iniciar o tratamento quimioterápico para uma consulta com o dentista, o qual deverá, por sua vez, avaliar sua saúde bucal e prestar orientação quanto aos hábitos de higiene", explica Marisa Helena. Segundo ela, alguns problemas na boca, especialmente a mucosite, se não bem tratados, podem apresentar grandes riscos. "Também é fundamental o acompanhamento durante o processo da quimioterapia", acrescenta.
Outros cuidados que vão além da mama
Todo tratamento oncológico deve envolver a abordagem de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, médicos e enfermeiros, entre outros profissionais, como é o caso do dentista. Outro profissional importante é o nutricionista, tal como Bruna Boromello, também da Unidade de Medicina Preventiva, que deu sequência ao evento.
A especialista destacou os cuidados indispensáveis para aqueles que estejam passando por qualquer processo de quimioterapia e radioterapia. Neste sentido, destacam-se a adoção de bons hábitos alimentares e, em especial, evitar os fatores de risco, tais como sedentarismo, tabagismo, estresse etc.
Para a saúde da pele, Bruna recomenda a ingestão de diferentes alimentos ricos em vitaminas A, C e E. "Para a saúde capilar, o paciente deve investir em grãos integrais, proteínas e itens com betacaroteno e vitamina A. Já para as unhas, é fundamental os que contenham ômega 3 e ferro". E sempre, segundo a nutricionista, deve-se ingerir, em média, dois litros de água por dia.
A aparência também merece atenção
Quando a psicóloga Gisele Mendes falou sobre a mulher ser feminina durante o tratamento, ou seja, não deixar a sua autoestima ficar abalada e se dar o direito de ser feliz e bonita, estava totalmente correta. Para comprovar essa afirmativa, convidou a psicoterapeuta Cláudia D'Andretta, que contou um pouco de sua história. Constatada com um Carcinoma Ductal in Situ - detectado precocemente -, removeu ambas as mamas e fez sua reconstrução.
Antes da descoberta, Cláudia já jogava vôlei com um grupo de amigas, mas a vontade de retornar à prática esportiva durante e após o tratamento foi primordial na recuperação. "O esporte prepara a nossa capacidade física e emocional para os desafios do dia a dia. Ele desperta o que temos de melhor". Além disso, recomendou: "nós precisamos decidir o que queremos fazer para nós e a nos cuidar sempre".
Para finalizar a tarde de muita troca de experiências, houve sessão de relaxamento feita pela escritora e palestrante Silvana Salermo, bem como demonstração de como as mulheres podem se sentir muito bem ao fazer maquiagem, também por profissionais que receberam o gratificante convite do Grupo NotreDame Intermédica. Por fim, houve distribuição de brindes, a qual foi feita pela área de Serviço Social.