Saiba como se proteger da varíola do macaco

1. O que é varíola do macaco?

É uma doença pouca conhecida causada pelo vírus Orthopoxvirus. Possui maior incidência na África e é a primeira vez que está se propagando pelos países ocidentais, sem que as pessoas contaminadas tenham viajado ou tido contato com as áreas endêmicas africanas. Trata-se de uma zoonose viral, ou seja, uma doença transmitida de animais para os seres humanos.

2. Como a varíola do macaco chegou até os humanos?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), acredita-se que as primeiras pessoas contaminadas tiveram contato com sangue, fluidos corporais, lesões e mucosas de animais infectados. Estudos indicam que os roedores também são vetores dessa doença e podem ser os principais responsáveis por infectar humanos.

3. Como é transmitida entre pessoas?

O contágio da varíola do macaco entre pessoas acontece por meio de saliva, fluidos corporais e contato com lesões. Ainda está em estudo a possiblidade de transmissão via objetos contaminados, por exemplo talheres, copos, toalhas, lençóis etc. O tempo de incubação do vírus é de 5 a 21 dias.

4. Quais são os sintomas da varíola do macaco?

Essa doença costuma causar dores musculares, febre alta, dor de cabeça, inchaço em gânglios linfáticos e calafrios. De um a cinco dias após o início desses sintomas, surgem manchas vermelhas na pele (erupções cutâneas) que coçam e formam pequenas bolhas de pus, logo após as lesões secam e formam uma casca para iniciar o processo de cicatrização. Esses sintomas persistem por 14 a 21 dias.

5. Varíola do macaco tem cura?

Embora tenha cura, essa condição pode ser mais grave em crianças, mulheres grávidas e pessoas imunossuprimidas. Existem duas variantes em circulação: a variante da África Ocidental, tem taxa de letalidade de 1%, e a variante da África Central, tem taxa de letalidade de até 10%, conforme dados da OMS.

6. Como é possível prevenir essa doença?

Para evitar a propagação desse vírus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda manter o distanciamento social, usar máscara e higienizar bem as mãos com frequência, principalmente em aeroportos e aeronaves.

7. Como é realizado o tratamento?

Não existe uma medicação específica para tratar a varíola do macaco. A recomendação é que a pessoa infectada se mantenha hidratada, repouse e use medicação para amenizar os sintomas de febre, coceira e dores musculares ou de cabeça. Para casos mais graves, pode ser necessário o uso dos antivirais como tecovirimat ou cidofovir.

Geralmente, o tratamento com medicamentos antivirais é recomendado para: pessoas hospitalizadas por doença grave; risco de agravamento por ser portador de linfoma, leucemia e HIV; crianças menores de 8 anos; pessoas com doenças esfoliativas da pele; gestante; puérpera amamentando; e manifestação em locais com potencial de dano, como olhos e boca.

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8. Como é possível prevenir essa doença?

Segundo a OMS, é pouco provável que ocorra uma disseminação em massa dessa doença. Mas, mesmo assim, é indicado manter as medidas de proteção sugeridas pela Anvisa.

9. Existe vacina contra a varíola do macaco?

Estudos apontam a eficácia de 85% da vacina da varíola humana em relação à varíola do macaco, já que ambas provêm da mesma família do vírus Orthopoxvirus. Porém, como a varíola humana foi erradicada do Brasil há mais de 40 anos, não houve mais produção desse imunizante desde então. Pessoas que nasceram antes de 1980 podem ter sido vacinadas, mas é preciso confirmar na carteira de vacinação.

Vale ressaltar o desempenho da vacina depois que a pessoa é exposta ao vírus. Quando é feita a imunização em até 4 dias pós-exposição, pode-se impedir o aparecimento da varíola do macaco; e quando dada a vacina entre 4 e 14 dias pós-exposição, pode-se impedir o quadro mais grave da doença.

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Responsável pelo Conteúdo:
Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico da NotreDame Intermédica