Entenda o que é a sensibilidade dental
Saúde e Bem-Estar -
Você sabe o que é essa disfunção que atinge mais de 57% da população brasileira? A sensibilidade dental origina-se na exposição da dentina – parte do dente que recobre o nervo – devido à perda do esmalte ou à retração gengival. As mudanças de temperatura e certos alimentos – ácidos ou doces – podem causar hipersensibilidade. A dor geralmente desaparece depois de algum tempo se feito o tratamento correto.

O que é essa dor?
Segundo a coordenadora técnica de Odontologia Preventiva do Grupo NotreDame Intermédica, Jaqueline de Carvalho, "a sensibilidade dental – também conhecida como hipersensibilidade dentinária – afeta os dentes por causa de superfícies expostas da dentina". A dentina é a camada interna localizada abaixo do esmalte dental e os túbulos dentinários são canais microscópicos que vão da superfície do esmalte até o interior do dente, chamado de polpa.
"Isso ocorre quando o esmalte que protege os dentes se desgasta, ou quando uma restauração é removida, expondo a dentina. A sensibilidade dental afeta 57% da população", diz a especialista.
A sensibilidade dental se caracteriza pela sensação de dor ou desconforto ao ingerir bebidas ou alimentos quentes, gelados, doces ou muito ácidos. Mas, Jaqueline ressalta: "É importante diferenciar sensibilidade dental de "dor de dente". Por isso, o diagnóstico correto, feito por um cirurgião dentista é fundamental".
O que causa a sensibilidade?
Existem muitas causas associadas a essa condição bucal, sendo as principais:
TRAUMA: O esmalte se desgasta devido ao uso de escovas com cerdas duras ou escovação com muita pressão e movimentos incorretos. Ou ainda em decorrência de "má mordida" e bruxismo, retração gengival por perda óssea ou por escovação traumática.
QUÍMICAS: Erosão dentária devido à ingestão frequente de alimentos e bebidas altamente ácidas - principalmente refrigerante –, causada por bulimia ou ainda pela doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
GENÉTICAS: Existem algumas síndromes de origem genética, como síndrome de Down e Doença de Sjögren, que causam alterações na formação do esmalte e os portadores eventualmente podem apresentar sensibilidade dental. Mas, a especialista Jaqueline ressalta que não ocorre em todos os casos: "Existem também condições genéticas que causam a chamada "Hipoplasia de esmalte", em que ocorrem alterações durante a formação do esmalte dental gerando falhas em algumas regiões da superfície dos dentes que podem eventualmente apresentar sensibilidade. Mas é importante ressaltar que são condições raras", acrescenta.
Tratamento
Existem alguns recursos para tratamento da sensibilidade dental, mas em todos os casos de sensibilidade o paciente deve ser orientado sobre a forma correta de realizar a higiene bucal, com a utilização de escovas de cerdas macias, creme dental de baixa abrasividade e do fio dental.
"Em casos de sensibilidade por erosão química, o paciente também deve ser orientado a suspender ou reduzir ao máximo o consumo de bebidas ácidas, principalmente refrigerantes, isotônicos e energéticos", diz Jaqueline.
Em consultório é possível fazer a aplicação de vernizes fluoretados de alta concentração nas regiões mais sensíveis, o que promove uma remineralizarão superficial do esmalte lesionado e reduz a sensibilidade. "O cirurgião dentista pode também, em alguns casos, prescrever soluções fluoretadas (em menores concentrações) para que o paciente faça bochechos em casa", comenta.
Existe algum tratamento permanente?
"Dizemos que a sensibilidade dental, principalmente a traumática e a química, pode ser controlada, e até desaparecer, e o paciente pode voltar a ter uma alimentação normal. As áreas com desgaste ou erosão de esmalte ficam mais fragilizadas e são mais suscetíveis a cáries e fraturas dentais. Além do incômodo da dor, que obriga o paciente a restringir ou até abolir o consumo de alguns tipos de alimentos", alerta.
Campanhas de Conscientização
Durante o cotidiano, a campanha contra cáries é constante, porém, quando se trata da sensibilidade o assunto é um pouco diferente, já que pouco se fala sobre essa deficiência.
Segundo a dentista Jaqueline de Carvalho, poderiam ter mais campanhas "principalmente no sentido da prevenção, como a orientação à população sobre a maneira correta de realizar a higiene bucal". Ela ainda acrescenta que é fundamental informar os malefícios da ingestão frequente de bebidas ácidas, principalmente os refrigerantes.
Você sabia que a idade também é um fator de risco?
"Com a idade, há uma tendência de retração gengival e perda óssea, que pode atingir também a região da maxila e mandíbula onde estão fixados os dentes. Tanto nos casos de retração como nos de perda óssea, pode haver um quadro de sensibilidade dental", diz a especialista.
Para evitar ou minimizar esse problema, o paciente acima dos 55 anos deve ter um acompanhamento médico, com exames regulares e reposição de Vitamina D ou Cálcio (sempre com prescrição médica), em casos de perda óssea, e consultar o cirurgião dentista a cada seis meses para um acompanhamento mais cuidadoso.
Prevenção
A principal recomendação é o uso de escova dental de cerdas macias ou extra macias aliada à escovação orientada pelo cirurgião dentista, para que não seja feita com movimentos muito rápidos ou bruscos e com pressão excessiva, além de reduzir o consumo de bebidas ácidas como refrigerantes, isotônicos e energéticos.
"Recomendo a utilização de um creme dental de baixa abrasividade. Existem algumas boas marcas no mercado, específicas para atenuar a sensibilidade dental", finaliza Jaqueline de Carvalho.
Referências
Responsável pelo Conteúdo:
Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica
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